RICARDO FRAYHA
produtor

©Hideto Maezawa

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©Els De Nil

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Teatro | TURNÊ | 2018
TOSHIKI OKADA
CHELFITSCH
Cinco Dias em Março (recriação)
Cinco dias em março retrata as atividades cotidianas de alguns casais de jovens japoneses durante um período de cinco dias, abrangendo o dia 21 de março de 2003, quando os EUA começaram a bombardear o Iraque. Ressaltando a vaga inquietação sentida pela sociedade japonesa na estrutura contrastante da guerra em uma terra distante e o "dia a dia" da juventude japonesa. Com um texto que espelha o coloquialismo atual da linguagem dos jovens japoneses, o uso de um discurso que troca de personagens e espaços no meio das falas dos atores, e uma expressividade física que exagera os gestos subconscientes e outros movimentos corporais, este trabalho abalou a estrutura teatral japonesa, que até então se sustentava em seus antigos alicerces, reverberando no mundo do teatro contemporâneo do Japão. Cinco dias em março, em sua primeira montagem, ganhou diversos prêmios e se apresentou pela primeira vez fora do Japão em Bruxelas, no Kunstenfestivaldesarts, em 2007. Desde então já se apresentou em mais de trinta cidades pelo mundo, tornando-se um dos principais pilares do trabalho da companhia chelfitsch. A década que seguiu a estreia de Cinco dias em março assistiu uma tendência mundial voltada a movimentos nacionalistas e abalada por ataques terroristas que foram se aproximando gradualmente do cotidiano. Neste processo, a distância percebida entre a guerra e protestos de rua diminuiu rapidamente. A juventude japonesa de hoje difere muito da imagem de jovens apáticos representados em trabalhos anteriores ao momento do ataque ao Iraque. Desde o grande terremoto no Japão, em 2011, houve um aumento nos protestos e manifestações liderados por jovens, que agora estão falando como diretores sociais. Para esta remontagem de Cinco dias em março, as audições foram realizadas focada na seleção de apenas atores jovens na casa dos 20 anos. Os jovens japoneses nesta faixa etária inevitavelmente sentem a sombra da guerra se aproximando e vivem com um senso de mudanças na sociedade com questões que afetam suas próprias vidas. Qual a realidade demonstrada quando representam "apatia"? Essa remontagem abrirá novas visões do trabalho graças aos corpos jovens com roupagem contemporânea.
TOSHIKI OKADA
Nasceu em Yokohama em 1973, e fundou a companhia teatral chelfitsch em 1997. Desde então, escreveu e dirigiu todas as produções da companhia, explorando uma metodologia distinta para a criação de suas peças, passando a ser conhecido pelo uso do japonês hiper-coloquial e de uma coreografia peculiar. Em 2005, sua peça Cinco dias em março ganhou o prestigioso 49º Prêmio Kishida Drama e Air Conditioner foi finalista no Toyota Choreography Awards 2005. Em fevereiro de 2007, seu compilado de romances The end of the special time we were allowed foi lançado, ganhando o Prêmio Oe Kenzaburo. Ele é membro do júri do Prêmio Kishida Drama desde 2012. No ano de 2013, seu primeiro livro em teatrologia foi publicado pela Kawade Shobo Shinsha. Ampliou o seu campo de atuação para as artes visuais, tendo trabalhos como a instalação de vídeo Four unremarkable things you see at train stations no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, em 2014, tendo também atuado como curador em um projeto especial para alguns dos espaços expositivos do mesmo museu, em 2015, além de produzir novos trabalhos para a Saitama Triennale, enquanto trabalha em projetos com novas tecnologias de “vídeo theater”. Foi responsável pelo roteiro e direção de Wakatta-san no Kukki, no programa infantil do Kanagawa Arts Theater, no início de 2015. No mesmo ano encenou God Bless Baseball, sua primeira produção nipo-coreana, como abertura do programa do Asian Culture Center, o maior complexo cultural da Ásia, em Gwangju, na Coreia-do-Sul. Em 2016, montou In a silent way em parceria com o dançarino e coreógrafo Mirai Moriyama, sob curadoria de Yuko Hasegawa para a Setouchi Triennale. Também escreveu e dirigiu trabalhos no programa de repertório da Münchner Kammerspiele, um dos principais teatros da Alemanha, por três temporadas desde 2016.
CINCO DIAS EM MARÇO (RECRIAÇÃO)
Texto e direção: Toshiki Okada | Com: Chieko Asakura, Riki Ishikura, Yuri Itabashi, Ayaka Shibutani, Ayaka Nakama, Leon Kou Yonekawa, Manami Watanabe | Cenografia: TORAFU ARCHITECTS
Direção técnica: Koro Suzuki | Direção de palco: Daijiro Kawakami | Iluminação: Tomomi Ohira (ASG) | Sonoplastia: Norimasa Ushikawa | Figurino: Kyoko Fujitani (FAIFAI) | Assistência de direção: Mana Inukai
Produtora associada: precog co.,LTD. | Produção executiva: Akane Nakamura | Direção de produção: Tamiko Ouki | Direção administrativa: Mihoka Kawamura | Gerência de produção: Mai Hyodo | Assistência de produção: Megumi Mizuno | Assistência administrativa: Takafumi Sakiyama, Minami Kambe
Produção: chelfitsch, KAAT Kanagawa Arts Theatre | Co-produção: KAAT Kanagawa Arts Theatre, ROHM Theatre Kyoto, Kunstenfestivaldesarts | Apoio para remontagem: Toyohashi Arts Theatre PLAT, Nagano City Arts Center, Yamaguchi Center for Arts and Media [YCAM] | Apoio residência: Toyohashi City, Toyohashi Arts Theatre PLAT | Cooperação: Steep Slope Studio, Kinosaki International Arts Center
Produção no Brasil: prod.art.br | Direção de produção: Ricardo Muniz Fernandes, Ricardo Frayha | Direção técnica: Julio Cesarini
Realização: Sesc São Paulo
Sesc Bom Retiro
São Paulo, SP, Brasil
09 a 11/11/2018