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Teatro | MITsp | 2017

RABIH MROUÉ


Tão Pouco Tempo
Revolução em Pixels
Cavalgando Nuvens

TÃO POUCO TEMPO

Rabih Mroué explora mitos, autorretratos e imagens de mártires no espetáculo Tão Pouco Tempo (2016). O que acontece com uma pessoa que reencontra suas imagens na qualidade de um mito maior do que a própria vida? E o que permanece no momento em que suas histórias são substituídas pela propaganda política? No espetáculo, a atriz Lina Majdalanie, esposa de Rabih Mroué, está em um palco todo preto, quase vazio, não fosse a mesa com as caixas contendo fotografias de um mártir. A performer fala laconicamente sobre troca de prisioneiros, restos mortais de soldados e o cadáver de Deeb Al Asmar, um mártir islâmico ficcional, para o qual foram erguidos monumentos. Nas caixas, as fotos manuseadas por Lina vão perdendo a cor, mergulhadas em um líquido. Anos depois, o mártir volta à cidade e aparece a questão: estando vivo, ainda continua ele a ser um herói? É a partir dessa situação absurda que Mroué e Lina fazem um jogo inteligente, engraçado e irônico em um estúdio de fotografia. Ao fazer a desconstrução desse personagem morto, mas depois vivo, o diretor questiona a fascinação por imagens de líderes mortos, muitas vezes mais interessantes do que quando estão vivos. Desde suas primeiras peças, Rabih Mroué perscruta a história de seu país, o Líbano, explorando os pontos de junção e atrito entre a realidade e a ficção, a história real e seus mitos, o palco e suas ilusões. Essa performance é uma tentativa de investigar a relação entre a identidade pessoal e os memoriais públicos em tempos de guerra e pós-guerra. Na criação de Tão Pouco Tempo, o artista libanês contou com a colaboração da sua parceira de longa data, a atriz, diretora e dramaturga libanesa Lina Majdalanie, com quem desenvolveu seus conceitos teatrais e trabalhou em vários projetos, como 33 RPM and a Few Seconds (2012), Photo-Romance (2009) e Biokhraphia (2002), entre outros. 

Dramaturgia e direção: Rabih Mroué | Performer: Lina Majdalanie | Colaboração no Texto: Yousef Bazzie, Lina Majdalanie | Cenógrafo: Samar Maakaroun | Artes Gráficas e Assistente de Direção: Abraham Zeitoun | Assistente de Pesquisa: Andrea Geissler | Tradução do Texto: Patrícia Lopes | Legendas: Yvonne Griesel | Música: Kari’atal-funjan – Abdel Halim Hafez (composta por Mouhamad Al Mouji, Letras de Nizar Qabbani) | Uma produção de Rabih Mroué em coprodução com HAU Hebbel-am-Ufer, Wiesbaden Biennale, Festival d’automne à Paris e Theater de la Bastille |  Patrocinado pelo Federal Cultural Foundation

REVOLUÇÃO EM PIXELS

“Os sírios estão filmando a própria morte”. É com essa senteça que começa Revolução em Pixels (2012), palestra-performance do artista Rabih Mroué, que investiga o ato de documentar, através dos telefones celulares, e compartilhar pelas redes sociais, os acontecimentos dos primeiros anos da revolução na Síria. Rabih Mroué aborda questões como a utilização de fotografias e vídeos para mobilizar e informar as pessoas durante a guerra e a capacidade de tornar viral esses registros. O artista libanês discute como os sírios captam essas imagens em tempo real, relacionando essa documentação com a questão da morte, além de pensar como assimilamos esses materiais.

Performer: Rabih Mroué | Tradução para o inglês: Ziad Nawfal | Tradução do Texto: Patrícia Lopes | Coprodução: Berlin Documentary Forum – HKW, em Berlim, dOCUMENTA 13, em Kassel, The 2010 Spalding Gray Award (Performing Space 122, em Nova Iorque, The Andy Warhol Museum, em Pitisburgo, On the Boards, em Seattle, e The Walker Art Center, em Minneapolis).

CAVALGANDO NUVENS

Quando as lembranças são como imagens fixas, que não trazem cenas do passado, como age a memória? Cavalgando Nuvens é uma fusão do pessoal e do político: Rabih Mroué convida o seu irmão Yasser para desempenhar o papel de um personagem que se parece com ele mesmo. Ferido na guerra civil libanesa, Yasser perdeu a capacidade de usar palavras e começou a gravar vídeos, mesclados no palco com o relato de suas memórias para formar uma imagem subjetiva dos acontecimentos políticos no Líbano. O espetáculo também descreve a frágil construção de uma biografia, que aflora entremeada pela realidade política, pelas memórias, pelos fatos e pela ficção. Para Mroué esse é sempre o ponto de partida para a autorreflexão artística, que ele transpõe para as suas criações.

Dramaturgia e Direção: Rabih Mroué | Performer: Yasser Mroué | Colaboração: Sarmad Lois | Assistente de Direção: Petra Serhal | Assistente: Janine Baroud | Tradução do Texto: Patrícia Lopes

RABIH MROUÉ

O trabalho do libanês Rabih Mroué, ator, dramaturgo e artista visual,nascido em 1967 em Beirute, se estabelece nas fronteiras do teatro, da performance e do vídeo. O artista é conhecido por sua habilidade na desconstrução de imagens que, em suas criações, se tornam narrativas de contradições. Rabih Mroué revela essas contradições ao espectador camada a camada, criando reflexos comoventes do nosso mundo, desfocando os limites entre ficção e documentário, entre imaginação e manipulação. Os conflitos no Oriente Médio, em especial no Líbano, nas últimas décadas, servem como matéria ao artista. No filme Je veux voir (2008), de Joana Hadjithomas e Khalil Joreige, encontrou-se com Catherine Deneuve em Beirute e percorreu de carro as áreas devastadas pelo conflito. Atualmente, Rabih Mroué reside em Berlim. É cofundador do Beirut Art Center, editor colaborador do TDR: The Drama Review (NYC) e diretor de teatro na Münchner Kammerspiele (Munique). Ele foi membro do International Research Center “Interweaving Performance Cultures”/ Freie Universität, em Berlim, nos anos de 2013 e 2014.



Produção no Brasil: MITsp
Produção local de montagem: Ricardo Frayha Equipe técnica local: Julio Cesarini, Rodrigo Campos, Rodolfo Jaquetto, Mariana Mastrocola, Fernando Zimollo

Realização: MITsp, 
Sesc São Paulo
Sesc Vila Mariana

São Paulo, SP, Brasil

14 a 19/03/2017

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